sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O Aborto e a Cultura Da Morte

Passada as eleições presidenciais o tema do aborto foi deixado um pouco de lado tanto na mídia quanto no cenário político. Não deveria, uma vez que em 2010 a cada hora ocorria 12 internações por aborto provocado segundo as informações do SUS. O médico Thomaz Gollop, diretor da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e coordenador do Grupo de Estudo sobre o Aborto afirma que em Pernambuco o aborto é a principal causa de morte.
            Não quero aqui minimizar a importância deste tema. Pelo contrário, considero-o de suma importância, no entanto, creio também que o aborto representa apenas um conflito de uma guerra muito maior que está diante de nós, uma guerra entre a visão cristã e as outras visões seculares sobre o valor da vida humana.
Neste artigo tenho por objetivo mostrar que o aborto é sempre mais do que aborto.[1] É a estrada larga que conduz a sociedade a um rompimento com o compromisso com a dignidade/santidade da vida humana. Que as outras visões seculares sobre o valor da vida humana tendem a criar em nossa sociedade uma verdadeira “Cultura da Morte”.
Chamo de cultura da morte aquela que garante a sociedade o direito de matar.
Não pretendo o título de “profeta alarmista”, mas, olhando para o que aconteceu nos EUA desde 1973, podemos ter um deslumbre de onde isto vai nos levar. Vamos aos fatos.
Em 1973 a Suprema Corte dos EUA decidiu no famoso caso Roe contra Wade[2] que um feto humano não é uma pessoa humana, portanto, não tem direito a vida, sendo assim, é legítimo destruí-lo. A Corte sentenciou que o feto não é gente e não tem nenhum direito em qualquer estágio da gravidez. Somente a mãe é gente, com plenos direitos de privacidade e escolha. O bebe no ventre da mãe pela ótica da cultura da morte, “pode” não ser considerado como um bebe, e sim, como um intruso, alguém indesejado, um agressor, um agente que milita contra a liberdade da mãe, um “demônio” e por isso, matá-lo é o mesmo que agir em legítima defesa.
A cultura da morte estabeleceu, ainda, que o aborto não deveria mais ser tratado como algo terrível, e sim como um bem positivo, entre outras coisas, uma maneira de melhorar a espécie, de garantir a liberdade e o direito de escolha de cada um. O aborto passou a ser um método eficiente de lidar com os problemas de superpopulação, possíveis defeitos congênitos, gravidez prematura e etc. o aborto deixou de ser tratado como um problema moral, criminoso e espiritual, sendo reduzido ao status de “assunto de saúde pública.”

Do Aborto ao Infanticídio
Apenas nove anos depois em 1982 agora com o “Caso do bebe” em Bloomington, Indiana, EUA, a América ultrapassou a linha – de matar o feto vivo no útero da mãe a matar o bebe vivo fora do útero da mãe – ou seja, do aborto para o infanticídio.
O bebe citado havia nascido com uma deformação no esôfago, o que tornava a digestão impossível. No entanto, havia 90% de probabilidades de sucesso numa cirurgia razoavelmente simples. Porém, os pais não autorizaram a cirurgia, e os médicos concordaram, dois tribunais de Indiana se recusaram a intervir no caso, mesmo cientes de que isso causaria a morte do bebe. Seis dias depois o bebe morrera de fome. A razão para não permitirem a cirurgia? O bebe também nascera com a Síndrome de Down.
Mais uma vez “a cultura da morte é aquela que garante a sociedade o direito de matar”. Ela diz que os pais devem ter permissão para matarem seus filhos deficientes, com o argumento de que “eles” não são pessoas de fato, porque não são auto-concientes. Sendo eles uma “não pessoa” são substituíveis, assim como os filhotes de cachorros, cavalos, gatos e etc, percebam que o argumento de “não pessoa” foi o mesmo utilizado para dar as pessoas o direito de realizar o aborto, provando que o fundamento desta filosofia de eliminar bebes defeituosos nasceu dos debates sobre o aborto.

Do Aborto Ao Infanticídio – Do Infanticídio Ao Suicídio Assistido
A cultura da morte vai ainda mais longe. Mais a frente, em 1997, o Estado de Oregon foi o primeiro estado americano a legalizar o suicídio assistido[3], que foi aprovado em plebiscito. Daí você pode perguntar assim: o que tem a ver aborto com eutanásia (suicídio assistido). Para responder a esta pergunta é só observar os argumentos que foram utilizados. A Suprema Corte utilizou-se do direito constitucional de aborto (conquistado em 1973, no caso Roe contra Wade) para validar o direito de suicídio assistido pelo estado. Mais que isso, elevaram ainda mais quando usaram a seguinte definição de liberdade “... o direito de fazer escolhas íntimas e pessoais... essencial a dignidade e autonomia pessoal... o direito de definir o próprio conceito de existência, importância, universo e mistério da vida humana” ora, o que poderia ser mais íntimo e pessoal do que o direito de escolher viver ou morrer?

Garantindo o Direito de Matar
Mas a cultura da morte não para por ai. O próximo passo é defender que todas as pessoas incapazes e em qualquer idade, podem e devem ser aniquiladas se assim for do consentimento dos seus familiares. No caso de pessoas incapazes de darem o seu consentimento, autorização para o suicídio assistido, um substituto poderá faze-lo. Mais uma vez uma fronteira foi rompida, de morte desejada para morte indesejada, passaram da eutanásia ao assassinato, como bem observou o teólogo Russel Hittinger, dizendo “isso já não é mais o direito de morrer; é o direito de alguns americanos matarem outros americanos”.
Recordando, a cultura da morte foi se instalando primeiro com o aborto em caso de estupro, depois por diversas razões; o próximo passo foi o infanticídio; do infanticídio chegamos ao suicídio assistido, também chamada de eutanásia, o próximo passo é assassinato de pessoas que não querem morrer, mas de acordo com a sociedade suas vidas não valem a pena serem vividas. A pergunta que você deve fazer é: o que motivou tudo isso?
O que motivou tudo isso foi uma visão deturpada do valor da vida humana. Uma visão construída nos pressupostos naturalistas que afirma que a espécie humana não é superior a todas as outras espécies biológicas, como bem afirmou Oliver Wendell Holmes[4] ao dizer “não vejo razão nenhuma para atribuir ao homem uma diferença importante de raça daquela pertencente a um balbuíno ou a um grão de areia”.
De acordo com a ética naturalista o corpo é apenas um instrumento para o prazer e nós temos o direito de fazer com ele o que bem entendermos, sem nenhuma importância moral, desde tirar a vida “do outro” seja o que está no útero ou fora dele como tirar a nossa própria vida.
E nós brasileiros, onde estamos? A legislação vigente no Brasil trata o aborto como crime exceto no caso de violência sexual, neste caso a legislação garante à mulher o direito de realizar o aborto até a 20ª semana de gestação. Os discursos mais recentes (não agora nas eleições) apontam para a descriminalização do aborto, equipando o Estado para oferecer às pessoas gratuitamente meios para a prática, acabando assim com as clínicas clandestinas, e por fim, reduzindo a questão do aborto ao status de “assunto de saúde pública”.
Com isso, a cultura da morte está com as portas abertas para fincar os pés em nosso país. Estamos fazendo o mesmo caminho iniciado em 1973 nos EUA. Os cristãos lutam contra o aborto. No entanto tentei mostrar que o aborto é somente um conflito, fruto de uma visão distorcida da vida humana, e que a guerra maior é entre a visão cristã e as visões seculares sobre o valor da vida humana.
Como este artigo não pretende de maneira alguma esgotar o assunto ofereço ao leitor em poucas linhas uma visão que creio ser uma visão bíblica sobre a vida humana.

Visão Bíblica sobre a Santidade/Dignidade da Vida Humana

Na perspectiva bíblica Deus criou os seres humanos. Deus criou o homem à sua imagem, e por isso, a vida é sagrada. Somente Deus pode definir os limites da nossa existência.
Há pelo menos duas razões principais pelos quais o sexto mandamento deve ser obedecido.

1 – O homem foi criado à imagem de Deus

A primeira razão é que o homem foi criado à imagem de Deus. Por isso, se não queremos profanar a imagem de Deus, não devemos fazer nenhuma ofensa ao nosso próximo, pois assassinar “é ofender a Deus e depreciar o Criador.”[5]
A doutrina da imagem de Deus é a razão por traz do sexto mandamento, e também a razão pela qual principalmente os cristãos devem se preocupar com o assassinato. O homem foi criado à imagem de Deus, e é esta convicção diz Michael Horton “que nos vincula ao nosso próximo e aos seus interesses, sem levar em conta se são crentes ou compartilham nossos valores ou ética, herança cultural ou lingüística.”[6]
Em Gênesis 9.6 temos a confirmação bíblica do que defendemos até agora, o texto diz: “Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque Deus fez o homem segundo a sua imagem”, assim, “o elemento mais hediondo no pecado de assassinato é o desprezo por Deus ao destruir a vida humana, que porta a Sua imagem.” [7]

Comentando a passagem bíblica acima diz Hoekema:
A razão pela qual o assassinato é descrito aqui em (Gn 9.6) como um crime tão hediondo que deve ser punido com a morte é que o homem que foi assassinado é alguém que refletia a imagem de Deus, era semelhante a Deus e representava Deus. Portanto, quando alguém mata um ser humano, não tira a vida dessa pessoa somente, mas ofende o próprio Deus que está refletido naquele indivíduo. Tocar na imagem de Deus é tocar no próprio Deus; matar a imagem de Deus é fazer violência ao próprio Deus.[8]

2 – A vida é um bem pessoal intransferível


            Calvino chama o assassinato conforme descrito no sexto mandamento de um “despojamento de toda humanidade.”[9]
            Nenhum indivíduo, nenhuma organização ou sociedade tem o direito de legalizar o assassinato de pessoas, a “valorização e proteção da vida como bem pessoal proíbe de forma categórica o suicídio, a eutanásia, o infanticídio, o feticídio e o genocídio.”[10]

Conclusão
Termino este artigo chamando a atenção aos nossos deveres em relação a este assunto. Recorrendo a confessionalidade presbiteriana, à nossa herança reformada. Na pergunta 135 o Catecismo Maior de Westminster diz:

Os deveres exigidos no sexto mandamento são todo o empenho cuidadoso e todos os esforços legítimos para a preservação de nossa vida e a de outros, resistindo a todos os pensamentos e propósitos, subjugando todas as paixões e evitando todas as ocasiões, tentações e práticas que tendem a tirar injustamente a vida de alguém...[11]

O Catecismo nesta questão inclui toda forma de pesquisa e planejamento voltados para a preservação da vida humana. Estudos científicos sobre causas e prevenções de doenças, pesquisas na agricultura para uma melhor produção de alimentos, construção de boas rodovias,[12] endurecimento e cumprimento das leis evitando a impunidade dos crimes contra a vida humana, a construção de bons hospitais, políticas públicas sociais voltados para a preservação da vida.
Isto que apontamos acima tem mais a ver com a sociedade num todo, mas há também no mandamento o aspecto individual, a contribuição individual para o cumprimento. 
Segundo Martinho Lutero, quebra o mandamento todo aquele que podendo fazer o bem ao próximo não o faz; podendo protegê-lo nega-lhe proteção; podendo cobrir o nu, deixa-o passar frio; negando-lhe o alimento deixa passar fome. Por isso, Deus chama de assassinos todos os que deixam a morte chegar ao próximo. Embora, não cometa o assassinato com as próprias mãos, faz tudo para que o próximo caia no precipício. O sexto mandamento proíbe a raiva e a ira em geral, proíbe fazer mal a alguém seja com gestos seja com palavras. A intenção do mandamento não somente é privar-nos de assassinar, mas de consentir o mal aos nossos semelhantes, e que devotemos a ele amor.[13]



[1] Colson, 155.
[2]
[3] Suicídio assistido é o direito de cada cidadão tirar a sua própria vida com plena assistência do Estado.
[4]
[5] Hans Ulrich REIFLER, A ética dos dez mandamentos, p. 113.
[6] Michael HORTON, A lei da perfeita liberdade, São Paulo-SP: Ed. Cultura Cristã, 2000, p. 132.
[7] Johannes Geerhardus VOS, O Catecismo Maior de Westminster comentado, p. 425.
[8] Anthony HOEKEMA. Criados a Imagem de Deus, São Paulo-SP: Ed. Cultura Cristã, 1999, p. 29.
[9] João CALVINO, As Institutas, livro II.VIII.40.
[10] Hans Ulrich REIFLER, A ética dos dez mandamentos,p. 113, para ver mais detalhes págs 121-140.
[11] O Catecismo Maior de Westminster, p. 135.
[12] Hans Ulrich REIFLER, A ética dos dez mandamentos, p. 111, aponta que no Brasil uma das maiores causa de mortes tem a ver com acidentes de transito.
[13] Martinho LUTERO, Catecismo Maior, págs. 62-65.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Crer é Também Pensar



Qual a relação entre a fé e a razão? O livreto “Crer é também Pensar” de John Sttot publicado pela ABU traz boas respostas. Abaixo vai uma pitada de sal apenas para despertar sua sede espiritual e te conduzir a uma boa leitura.
Sttot destaca a importância de usarmos as nossas mentes nas mais variadas áreas da vida cristã. Afirma que Deus nos deu inteligência e esta deve ser utilizada para sua honra e glória. Faz uma crítica à nossa geração adepta do pragmatismo onde o que mais importa não é saber se alguma coisa é verdade ou não, mas se funciona ou não. Critica duramente o anti-intelectualismo, que produz nas pessoas um zelo sem conhecimento.
O propósito de Deus inclui dois aspectos, o zelo dirigido pelo conhecimento, e o conhecimento inflamado pelo zelo. As doutrinas da fé cristã tem um duplo dever, o de fazer o homem pensar e depois agir de acordo com o seu pensamento.
Fomos criados para pensar, esta capacidade de pensar nos diferencia de todos os animais que o Senhor Deus criou. A Bíblia diz também que o homem foi criado a imagem e semelhança de Deus. E que Deus colocou o homem para que governasse sobre os animais, e administrasse o jardim. As escrituras mostram também a forma impar de Deus se relacionar com o homem, dizendo o que podia ou não fazer. O homem, portanto é um ser pensante, com entendimento, e Deus espera que o homem viva fazendo uso da sua consciência e inteligência, vivendo de forma racional e ordenada.
A mente se relaciona com a palavra de Deus. A mensagem da bíblia é racional e todo homem ao lê-la deve fazer uso de sua mente para obter compreensão do que está escrito. Uma das mais elevadas e mais nobres funções da mente humana é ouvir as palavras de Deus, e assim ler a mente de Deus e pensar os pensamentos de Deus, expressos em sua palavra.
            O Espírito Santo renova as nossas mentes. Um homem espiritual, no qual habita o Espirito Santo e que é dirigido por este Espirito, ganha novos recursos para discernir as coisas. E é isso que deve se esperar dos cristãos, pois, tiveram suas mentes renovadas. De forma que, se vivemos no mundo, sem evidenciar que temos “a mente de Cristo” estamos fazendo uma clara negação daquilo que foi feito em nos por meio de Cristo.
            A doutrina do Juízo de Deus também está fortemente relacionada com a nossa mente, com o nosso conhecimento. Este é o argumento do apóstolo Paulo aos romanos, visto que todos possuem algum conhecimento, serão julgados de acordo com o conhecimento que possuem, os judeus pelo conhecimento da lei, e os gentios pelo conhecimento da lei gravadas em seus corações.
            Eu preciso usar a mente para cultuar a Deus. Há pessoas que acham que no ato de cultuar, nossa mente, fica infrutífera. Não é assim, porém, que vemos nos textos bíblicos, e certamente prestar um culto sem fazer uso de nossa mente não é apropriado ao cristão. Em Atenas, uma cidade pagã, temos registro de uma adoração sem discernimento, pois, adoravam um Deus que não conheciam. Mas, não é assim que aprendemos, os salmos 104, 105, 106, 107 e 134 mostra que o culto prestado a Deus era uma resposta inteligente, racional, ao livramento e a paciência de Deus para com o seu povo.
            A fé se relaciona com a mente uma vez que a fé verdadeira é essencialmente racional, porque se baseia no caráter e nas promessas de Deus. O crente em Cristo é alguém cuja mente medita e se firma em suas promessas. A fé é saber controlar seus pensamentos em vista das circunstancias, não é simplesmente fechar os olhos para a realidade e dizer está tudo bem, mas é crer que apesar das circunstancias as promessas de Deus são verdadeiras e irão se cumprir. Assim, pois, a fé e o pensamento caminham juntos, e é impossível crer sem pensar, porque Crer é também Pensar.
           

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Tas e o Orgulho Gay, Soninha e o Aborto, FHC e a Maconha


Imagine uma sociedade toda gay.  Sem relacionamento hetero! As pessoas tendo relações “homoafetivas” no meio da rua como aconteceu no último domingo (20) na parada gay do Acre, onde um gay faz sexo oral num pênis de borracha amarrado na cintura de outro gay, ao som da música evangélica que convida Jesus a entrar “... na minha casa, entra na minha vida...”. Nessa sociedade ninguém pode contestar nada sobre a vida dos gays, sob o risco de serem presos, condenados homofóbicos, criminosos, pobres diabos. A bandeira branca da paz daria lugar a bandeira rosa do movimento, grande parte dos filmes e romances, de hoje seria considerado material impróprio, queimados. Assistir a Romeu e Julieta seria passível de prisão perpétua ou pena de morte, os estádios de futebol não seriam mais chamados de caldeirão e sim de Panetone, cheio de frutinhas.
Dá para perceber que esta sociedade nem seria alegre e divertida porque criança seria algo raro, muito poucas visto que outros métodos de fertilização são caros, e mais difíceis. Bom, pensando de maneira otimista estaríamos mais ou menos há 200 anos do fim da vida na terra. Por que depois que todos os “casais” gays morressem, e os filhos que já existem morressem, acabaria a vida na terra. Seria um grande desastre! O que as guerras mundiais não conseguiram fazer, seria concretizado.
Sem a relação sexual entre um homem e uma mulher a vida na terra será extinta.
Mas não sejamos tão pessimistas, lembre-se que nossa natureza é tendenciosa à rebeldia e suponhamos que um grupo de rebeldes heterossexuais fugisse para uma ilha, uma caverna, e lá mantivessem as antigas e sujas práticas heteressexuais.

Imagine uma sociedade onde o aborto não fosse um crime, mas uma virtude, uma atitude corajosa de quem sabe o que quer da vida. Sabe o que aconteceria? Lembra das crianças que poderiam ter nascido dos rebeldes na ilha, nas cavernas? Na verdade elas não nasceram, foram abortadas. Escaparam a ditadura gay, mas não escaparam da cultura da morte, foram mortas no ventre da mãe, aquela que deveria protege-la, alimentá-la, foi quem tirou a vida dela.
Mas não cometerem nada de mais aos olhos dessa sociedade, porque lá um feto humano não é uma pessoa humana, portanto, não tem direito a vida, sendo assim, é legítimo destruí-lo. O feto não é gente e não tem nenhum direito em qualquer estágio da gravidez. Somente a mãe é gente, com plenos direitos de privacidade e escolha. O bebe no ventre da mãe pela ótica desta sociedade, “pode” não ser considerado como um bebe, e sim, como um intruso, alguém indesejado, um agressor, um agente que milita contra a liberdade da mãe, um “demônio” e por isso, matá-lo é o mesmo que agir em legítima defesa.
O criminoso aqui não é quem mata e sim quem quer viver.
Esta sociedade que abraçou a cultura da morte estabeleceu que o aborto não deve ser tratado como algo terrível, e sim como um bem positivo, entre outras coisas, uma maneira de garantir a liberdade e o direito de escolha de cada um. O aborto passou a ser um método eficiente de lidar com os problemas de superpopulação, eles não poderiam ser descobertos pela ditadura gay; possíveis defeitos congênitos, daria muito trabalho cuidar de uma criança com Síndrome de Down; gravidez prematura, ainda não é a hora de ser mãe e etc. Nesta sociedade o aborto não é tratado como um problema moral, criminoso e espiritual, foi reduzido ao status de “assunto de saúde pública”, de foro íntimo.
Se matarmos as nossas crianças a vida na terra será extinta.

Imagine uma sociedade toda maconheira, sim, todo mundo doidão. Seus filhinhos lá na sala da sua casa assistindo Shrek e fumando um baseado, com as pontinhas dos dedos queimadas. Assistindo filme porque criança é arteira e fumaram todas as historinhas de papel que você tinha.
Imagine uma sociedade livre onde as pessoas pudessem fumar onde quiser, quando quiser, quanto quiser, se bem que perto da minha casa isso já acontece! Já imaginou, uns rindo do poste porque só fica parado! Outros rindo da lua, para a lua, na lua, enfim o motivo é o que menos interessa, qualquer piada idiota seria pra lá de engraçada. Imagine as pessoas vivendo ao estilo “eu sou o vampiro doidão, eu sou o vampiro doidão, passo o dia dormindo e de noite fumo um baseadão” do tio Raul, aquele falecido maconheiro, maluco beleza, que gritava e gritava e gritava “Viva! Viva a sociedade alternativa” até ele lembrar o resto da letra, o mesmo que queria que todo mundo tomasse banho de chapéu e disse “todo homem e toda mulher é uma estrela” só podia tá com canabis na mente. Para os mais novos, esse foi o cara que disse “quando eu nasci no bico da cegonha. Na minha mamadeira foi dois quilos de maconha” que piada idiota! Mas tudo bem, nessa sociedade todo mundo ri, afinal estão todos doidões, é tapa na pantera pra todo lado.
O problema é que uma sociedade assim também não resistiria a vida na terra. A vida seria impossível! No mundo doidão planta-se maconha no lugar do arroz e do feijão. Mas vai chegar a hora da fome,  daí é lógico que vai faltar comida para tanta “larica”.
E ainda que os maconheiros resolvessem plantar um arroz, um feijãozinho lá, imagine só depois regar a plantação por quatro meses, e não ver nada de arroz e nada de feijão, um maconheiro olha para o outro e diz “pô mano cê esqueceu de colocar a semente, aí num nasce naum” e ao som de “tente outra vez” caem na gargalhada. Tente outra vez uma ova, agora só no outro ano, porque as estações não fumam maconha.
Entregue o mundo aos maconheiros e a vida na terra acaba, a USP que o diga.

Marcelo Tas, numa sociedade toda gay você nem teria sua filha para “orgulhar-se”; Soninha você que se orgulha de ter feito um aborto e defende livremente a prática do aborto, saiba que essa prática tem nome, assassinato. E qual é a sua FHC? Fica defendendo a descriminalização da maconha, outro nome para liberação da maconha. Se proibindo o povo fuma até a última ponta, até queimar o beiço, imagina com um incentivo desses.
O cômico de tudo isso é que essas pessoas se propõem a defender o ser humano, a liberdade, seja através da imprensa, da política, querem formar nossa opinião, pedir o nosso voto. No fundo, no fundo vocês nutrem um ódio terrível contra o ser humano. E não me admira, pois, quem é incapaz de amar o filho que está dentro, demonstrará incapacidade maior de amar o próximo.
FHC o que você tem contra a vida na terra? Perdeu o juízo meu? De onde veio seu ódio contra o planeta? Porque você quer enfiar maconha na cabeça de todo mundo? Só porque nós brasileiros votamos no Lula? Duas vezes! Soninha, já não basta o que você própria fez, você quer dar a liberdade para outras fazerem. Que liberdade é essa? Liberdade pra matar!
Tem certeza de que vocês são a favor do ser humano? Querem mata-los, torna-los gays e drogados! É assim que demonstram o amor!
Mas quer saber? O que eu tenho contra o pensamento de vocês não gira em torno do ser humano primeiramente, minha questão é maior, trata-se do Deus que eu sirvo que ama o homem, que renova a mente sem me drogar, e que criou o sexo entre homem e mulher para o prazer de ambos, para trazer ao mundo outras pessoas.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A Lei Do Senhor é Espiritual...


Em Romanos 7.14, o apóstolo Paulo discorrendo sobre a Lei diz: 
“Porque sabemos que a lei é espiritual...”. Em concordância com este texto bíblico o Catecismo Maior de Westminster afirma que a lei é espiritual significando que a lei não diz respeito “apenas à nossa conduta ou atos exteriores, mas à nossa vida espiritual, aos nossos pensamentos e estados mentais, às nossas emoções, desejos e também às decisões da nossa vontade.”[1]
Este princípio de que a lei é espiritual visa estabelecer que “... na lei a vida do homem é amoldada não só à honestidade exterior, mas também à retidão interior e espiritual”.[2] A Lei não é apenas formal e exterior, mas também espiritual e interior. Ao dizer que a Lei é espiritual, o apóstolo Paulo coloca a Lei acima da categoria humana, ou seja, a vida do homem deve ser regida pela Lei, mas não somente para uma prática de vida “externa”, mas também para uma justiça interna e espiritual.
Não podemos separar a Lei do seu legislador. As leis humanas não são e nem podem ser espirituais, por que seus legisladores são carnais. A natureza carnal da lei humana decorre de seu legislador carnal e humano. O mesmo acontece com a Lei de Deus, é espiritual, e decorre sua natureza espiritual de seu legislador que é Deus e que é espírito (Jo 4.24).
Este também é o ensino de Cristo sobre a Lei. No seu famoso Sermão da Montanha, Jesus profere uma série de interpretações sobre a Lei. Os fariseus tinham semeado entre o povo opiniões erradas em relação à Lei. Para eles a abrangência da Lei referia-se ao homem exterior proibindo “somente” os atos externos e que, embora o erro repousasse no coração do homem e no coração tencionasse cometer atos de maldade, mas, não sendo eles cometidos exteriormente, então, não haveria pecado,[3] e nem condenação ante o juízo divino.
Jesus rebateu este ensino trazendo à tona o caráter espiritual da lei. “Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou contra ela” Mateus 5.27-28. Kevan aqui explica que “Cristo não se opõe à Lei de Moisés, mas apenas busca interpretá-la acertadamente e remover dela as coisas que a têm corrompido e obscurecido.”[4] Cristo não remove e nem mesmo adiciona novas obrigações na lei, ele mesmo diz: “Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas, não vim para revogar, vim para cumprir” Mateus 5.17, e, quanto a adicionar novas obrigações à Lei, a própria perfeição da lei da qual já vimos (veja post anterior) demonstra que isso seria impossível.
Sendo assim, se um governo humano estabelece uma lei que proíba, por exemplo, o assassinato, o roubo e o adultério, aqueles que somente desejarem matar, roubar ou adulterar, não serão punidos por este governo humano, pois, não chegaram a colocar sua vontade em prática. Isso acontece porque o legislador mortal não se estende além daquilo que é exterior. Mas, sendo Deus o legislador espiritual, não observa somente a “aparência” do bem, e sim a pureza interior, não fala somente ao nosso corpo, mas também fala ao nosso espírito, não impõe obrigações somente ao corpo, mas também impõe ao espírito dos homens.[5]
Assim, de nada adianta para aqueles que não se armam contra os outros para os matar, que não entregam o seu corpo à prostituição e não roubam, se, no seu interior respiram o ódio e a cobiça aos bens do próximo, de nada adianta, se, no seu interior alimentam desejos lascivos e etc. Nem pensem estes em se gloriar diante de Deus, pois está ausente o ponto principal da Lei que é a justiça interna e espiritual que se desenvolve em atos de retidão diante de Deus e diante dos homens.
Finalizando, as leis de Deus não se tornaram espirituais no Novo Testamento com as afirmações de Jesus e do apóstolo Paulo. Desde o Antigo Testamento por decorrerem de um Legislador espiritual as obrigações ordenadas eram tão espirituais quanto o são agora.[6]


[1] Johannes Geerhardus VOS, Catecismo Maior de Westminster comentado, p. 294.
[2] João CALVINO, As Institutas, Livro II, São Paulo-SP: Ed. Cultura Cristã, 2006, livro II.VIII.6.
[3] Ernest KEVAN, A Lei Moral, São Paulo-SP: Ed. Os Puritanos, 2000, p. 74.
[4] Ibid, p. 73.
[5] João CALVINO, As Institutas, Livro II.VIII.6.
[6] Ernest KEVAN, A Lei Moral, p. 75.