Qual
a relação entre a fé e a razão? O livreto “Crer é também Pensar” de John Sttot
publicado pela ABU traz boas respostas. Abaixo vai uma pitada de sal apenas
para despertar sua sede espiritual e te conduzir a uma boa leitura.
Sttot
destaca a importância de usarmos as nossas mentes nas mais variadas áreas da
vida cristã. Afirma que Deus nos deu inteligência e esta deve ser utilizada
para sua honra e glória. Faz uma crítica à nossa geração adepta do pragmatismo
onde o que mais importa não é saber se alguma coisa é verdade ou não, mas se
funciona ou não. Critica duramente o anti-intelectualismo, que produz nas
pessoas um zelo sem conhecimento.
O
propósito de Deus inclui dois aspectos, o zelo dirigido pelo conhecimento, e o
conhecimento inflamado pelo zelo. As doutrinas da fé cristã tem um duplo dever,
o de fazer o homem pensar e depois agir de acordo com o seu pensamento.
Fomos criados para pensar, esta capacidade de
pensar nos diferencia de todos os animais que o Senhor Deus criou. A Bíblia diz
também que o homem foi criado a imagem e semelhança de Deus. E que Deus colocou
o homem para que governasse sobre os animais, e administrasse o jardim. As
escrituras mostram também a forma impar de Deus se relacionar com o homem,
dizendo o que podia ou não fazer. O homem, portanto é um ser pensante, com
entendimento, e Deus espera que o homem viva fazendo uso da sua consciência e
inteligência, vivendo de forma racional e ordenada.
A mente se relaciona com a palavra de Deus. A
mensagem da bíblia é racional e todo homem ao lê-la deve fazer uso de sua mente
para obter compreensão do que está escrito. Uma das mais elevadas e mais nobres
funções da mente humana é ouvir as palavras de Deus, e assim ler a mente de
Deus e pensar os pensamentos de Deus, expressos em sua palavra.
O Espírito Santo renova as nossas
mentes. Um homem espiritual, no qual habita o Espirito Santo e que é dirigido
por este Espirito, ganha novos recursos para discernir as coisas. E é isso que
deve se esperar dos cristãos, pois, tiveram suas mentes renovadas. De forma
que, se vivemos no mundo, sem evidenciar que temos “a mente de Cristo” estamos
fazendo uma clara negação daquilo que foi feito em nos por meio de Cristo.
A doutrina do Juízo de Deus também
está fortemente relacionada com a nossa mente, com o nosso conhecimento. Este é
o argumento do apóstolo Paulo aos romanos, visto que todos possuem algum
conhecimento, serão julgados de acordo com o conhecimento que possuem, os
judeus pelo conhecimento da lei, e os gentios pelo conhecimento da lei gravadas
em seus corações.
Eu preciso usar a mente para cultuar
a Deus. Há pessoas que acham que no ato de cultuar, nossa mente, fica
infrutífera. Não é assim, porém, que vemos nos textos bíblicos, e certamente
prestar um culto sem fazer uso de nossa mente não é apropriado ao cristão. Em Atenas,
uma cidade pagã, temos registro de uma adoração sem discernimento, pois,
adoravam um Deus que não conheciam. Mas, não é assim que aprendemos, os salmos 104,
105, 106, 107 e 134 mostra que o culto prestado a Deus era uma resposta
inteligente, racional, ao livramento e a paciência de Deus para com o seu povo.
A fé se relaciona com a mente uma
vez que a fé verdadeira é essencialmente racional, porque se baseia no caráter
e nas promessas de Deus. O crente em Cristo é alguém cuja mente medita e se
firma em suas promessas. A fé é saber controlar seus pensamentos em vista das
circunstancias, não é simplesmente fechar os olhos para a realidade e dizer
está tudo bem, mas é crer que apesar das circunstancias as promessas de Deus
são verdadeiras e irão se cumprir. Assim, pois, a fé e o pensamento caminham
juntos, e é impossível crer sem pensar, porque Crer é também Pensar.
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